Agentes marítimos criticam Aduana
Agentes marítimos criticam demora da Aduana
Agentes marítimos reclamam da demora no atendimento na Alfândega do Porto de Santos. Segundo a categoria, isso acontece por conta do reduzido número de senhas que são disponibilizadas logo cedo pelo órgão. Há relatos de profissionais que vão às 7 horas para a fila e, mesmo assim, não conseguem ser atendidos.
De acordo com o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima (agentes marítimos) do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, este é um problema recorrente. No entanto, se agravou após as recentes paralisações dos auditores fiscais, que pedem reajuste salarial, entre outros pleitos.
“Estão impondo um limite para atendimento ao público e isso está prejudicando o trabalho de muita gente. Navegação é uma coisa dinâmica. Essas limitações podem prejudicar o importador e, com a greve, as operações se acumulam e fica ainda mais difícil conseguir cumprir as tarefas”, explicou o representante dos agentes.
Segundo Roque, são várias as reclamações, mas as empresas preferem se posicionar através do Sindicato. Na maioria dos casos, essas senhas são retiradas quando é necessário fazer alguma correção nos documentos das cargas que integram os processos de liberação de mercadorias, ou ainda quando existe a necessidade de algum pedido adicional.
“É uma situação que causa retenção dos contêineres, demora na liberação das cargas, reclamações e ainda mais custos operacionais”, explicou o diretor do Sindamar.
Roque explica que o atendimento através de senhas foi implantado antes da paralisação dos auditores. “Implantaram esse procedimento para facilitar a análise de performance deles, mas isso prejudica, e muito. Falta sensibilidade do Governo Federal na percepção de que essa atividade gera receita para o País”, destacou o diretor-executivo.
No semestre passado, considerando o valor das cargas movimentadas tanto na importação como na exportação, o Porto de Santos operou cerca de 30% da balança comercial brasileira, segundo dados da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a Autoridade Portuária.
Paralisações
As paralisações dos auditores ficais acontecem sempre às terças e quintas-feiras, desde o dia 14 do mês passado. Nesses dias, apenas 30% dos profissionais ficam disponíveis para atender os processos de liberação das cargas do Porto de Santos. Somente produtos considerados essenciais, como medicamentos, insumos hospitalares e animais vivos são liberados.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco), já nos outros dias, todos os profissionais trabalham, mas há uma demora maior na liberação das mercadorias. Isso acontece por conta do grande volume de cargas que se acumulam, o que faz com que o índice de amostragem aumente.
Estimativas do Sindifisco apontam que, a cada dia de paralisação, mil contêineres deixam de ser liberados. Com isso, o prejuízo diário chega a R$ 100 milhões.
Mas os agentes marítimos estimam que o prejuízo seja ainda maior. Segundo eles, por dia de greve, 2 mil cofres de importação têm sua liberação atrasada. Já na exportação, são 1,5 mil que deixam de receber o aval dos auditores para seu posterior embarque.
Receita Federal
Procurada, a Alfândega do Porto de Santos informou, através de sua assessoria de imprensa, que não vai se posicionar sobre a questão. Isso ocorre porque a Receita Federal não comenta a paralisação dos auditores.
A Autoridade Aduaneira manteve essa postura mesmo após ser informado de que a demora no atendimento é verificada desde antes do início do movimento grevista.
Fonte: A Tribuna