Brasil e China lançam fundo de investimento de US$ 20 bilhões
O Brasil e a China irão anunciar a criação de um fundo de investimento para obras de infraestrutura, com aporte de US$ 20 bilhões. O objetivo é o financiamento de projetos considerados de comum interesse para os dois países. O fundo deve começar a operar em junho. As informações são do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. A criação do fundo conjunto para projetos de infraestrutura é discutida desde 2015. O lançamento oficial ocorrerá durante o Fórum de Investimentos Brasil 2017, evento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que acontece em São Paulo amanhã e quarta-feira.
Os aportes financeiros devem vir dos dois países, com uma parcela maior disponibilizada pela China – cerca de US$ 15 bilhões – e o restante pelo Brasil. Segundo o Planejamento, o fundo será administrado por uma secretaria executiva sob responsabilidade da Secretaria de Assuntos Internacionais da pasta e integrado por um grupo técnico e um comitê diretivo de alto nível, composto por secretários executivos do governo federal e por três representantes chineses ao nível de vice-ministro.
O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Jorge Arbache, afirmou que o fundo é diferente dos demais que a China mantém com outros países, porque tem um acordo paritário. Isso significa que as decisões dos dois países terão o mesmo peso. “O fundo terá gestão compartilhada, diferentemente da maioria dos fundos chineses de investimento”, diz Arbache. “A China só tem 15 fundos desse tipo.”
Inicialmente, caberá à China investir 75% dos recursos (US$ 15 bilhões). Os 25% restantes (US$ 5 bilhões) sairão do Tesouro Nacional. O interesse dos chineses se descolou do cenário político brasileiro porque eles estão preocupados em garantir a logística de exportação de insumos do Brasil para a China, principalmente grãos (soja) e minérios, pelo Norte do País, especialmente pelo porto de Itaqui (MA). Estão no setor elétrico, nos transportes, na logística e na agricultura. “Não são mais vistos como uma ameaça”, acredita Arbache.
Fonte: Portos e Navios