Especial Novembro Azul
Especial Novembro Azul
Novembro Azul chama atenção dos homens para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata
Campanha criada em 2003, reforça a importância dos exames periódicos para a manutenção da saúde e combate à doença
O mês de novembro é internacionalmente dedicado às ações relacionadas ao câncer de próstata e à saúde do homem. Graças à campanha Novembro Azul, o período tem se tornado um importante objeto de conscientização. A mobilização surgiu na Austrália utilizando as comemorações do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, celebrado no dia 17, como mote. O objetivo é chamar a atenção da sociedade para os problemas e doenças que podem atingir a saúde masculina, além de quebrar o preconceito masculino de ir ao médico e realizar o tão famigerado exame de toque.
O câncer de próstata é uma das doenças que mais atingem os homens a partir dos 50 anos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), ele já é a segunda maior causa de morte por câncer na população masculina, superado apenas pelo de pulmão. Ainda segundo o órgão, a estimativa de novos casos da doença em 2016 e 2017 é de 61.200, totalizando 28,6% do total de cânceres previstos para os homens. O urologista Guilherme Maia, do IMIP e Hospital Santa Joana Recife, ressalta que o perigo é que ele não apresenta sintomas até que alcance um nível avançado. Quando isso acontece, os sinais mais comuns são dores lombares, dor na bacia ou joelhos, problemas de ereção e sangramento pela uretra. O diagnóstico é realizado através do exame de toque retal, dosagem do antígeno prostático específico, chamado PSA, e exames de imagem. “Entre os exames de imagem estariam a ultrassonografia, por via transabdominal ou transretal, e a Ressonância Magnética. Geralmente inicia-se os exames rotineiramente a partir dos 50 anos, sendo uma avaliação anual”, afirma o médico radiologista da Lucilo Maranhão Diagnósticos, Dr Lucilo Maranhão Neto.
Quando identificado, o câncer pode ser tratado através da Prostatectomia radical (remoção completa da próstata), Radioterapia externa e Braquiterapia (técnica de radioterapia através de pequenas “sementes” que liberam os raios no interior da próstata). “No quesito cirurgia, a mais indicada é a robótica, realizada com o robô Da Vinci SI. Os braços mecânicos dele reproduzem os movimentos das mãos humanas com corte mais preciso, sem tremor e visão tridimensional bastante ampliada”, explica o urologista Guilherme Maia. Além disso, graças às pequenas incisões no corpo, o tempo de recuperação no pós-operatório é muito menor e o paciente fica menos tempo no hospital. Ele recebe alta em até 48h e já pode voltar às atividades normais por volta do décimo dia após a cirurgia. Sem falar que sangra menos, a recuperação da função erétil é muito superior e a continência urinária retorna mais rapidamente em quase todos os pacientes, quando comparado com as técnicas convencionais.
Prevenção – O melhor modo de prevenir o aparecimento do câncer de próstata é realizar o exame de toque retal e PSA periodicamente de acordo com a orientação do médico. Além disso, manter uma alimentação saudável, não fumar e praticar atividades físicas contribui para a melhoria da saúde como um todo.
Câncer de próstata: Novembro Azul alerta para diagnóstico precoce
“Dois em cada dez pacientes com este câncer são diagnosticados em fases avançadas da doença, o que torna o tratamento mais difícil”, afirma urologista
Anualmente a campanha do Novembro Azul tem como objetivo informar a população sobre o que é o câncer de próstata. Um dos focos da mobilização mundial é incentivar os homens a manterem consultas de rotina com urologista. O especialista é capaz de realizar uma avaliação individualizada sobre o risco de desenvolvimento do câncer de próstata.
O câncer de próstata é a doença que mais acomete o homem (excetuando-se o câncer de pele não melanoma), e a segunda causa de morte por câncer na população masculina, atrás apenas do câncer de pulmão. No Brasil, anualmente, mais de 61 mil pacientes são diagnosticados com a doença.
“Infelizmente, hoje em dia dois em cada dez pacientes com câncer de próstata são diagnosticados em fases mais avançadas da doença, o que torna o tratamento mais difícil”, pondera o urologista Rafael Buta, da Aliança Instituto de Oncologia, localizado de Brasília.
Apesar da gravidade, a maioria das vezes a doença tem instalação e desenvolvimento lento. Nas fases iniciais o paciente não apresenta sintomas relacionados ao câncer de próstata, porém com o passar do tempo, o tumor cresce e pode ocasionar sangramentos, obstrução do jato urinário e dor na pelve. Em fases mais avançadas, as células malignas podem espalhar-se pelo corpo, causando lesões nos ossos, pulmões e outros órgãos.
De acordo com o médico, a principal forma de prevenir o câncer de próstata ainda é com detecção precoce da doença. Exames iniciais como dosagens do PSA (sigla em inglês para Antígeno Prostático Específico) e o exame físico da próstata são fundamentais. “Quando a próstata sofre algum dano, seja ele decorrente de inflamação, infecção, crescimento benigno ou surgimento de câncer, o PSA é detectado em valores mais altos no sangue”, exemplifica Rafael.
Caso o PSA e o exame físico estejam alterados, o urologista solicita uma biópsia da próstata. Nesse procedimento são retirados fragmentos da glândula e analisados pelo patologista. Somente assim é possível afirmar com certeza o diagnóstico de câncer de próstata.
A partir dos 50 anos todo homem deve consultar um urologista regularmente para uma avaliação individualizada. Por meio desta avaliação inicial, que inclui analise dos fatores de risco, o médico define a periodicidade de realização dos exames. Caso o paciente seja negro ou tenha parentes de primeiro grau com história de câncer de próstata, o indicado é que a avaliação seja iniciada aos 45 anos.